quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Ração hipoalergênica ajuda a identificar o causador da alergia em gatos


É comum cães e gatos desenvolverem alergias a certos alimentos ou mesmo intolerância. Nesse caso o tutor deve investigar qual elemento da dieta do pet está causando esse tipo de problema de saúde. Dependendo da situação, a ração hipoalergência pode ajudar.

Muito mais do que cachorros, os felinos são afetados por essa complicação. Embora não seja tão comum encontrar esse tipo de alergia nos animais, às vezes existe algum componente na ração do pet que prejudica sua saúde e o tutor demora a perceber. Mas qual os benefícios da ração hipoalergênica? Entenda quando oferecer esse tipo alternativo e sua utilidade.

A alergia alimentar em pets é manifestada por meio da coceira constante, acompanhada de irritação na pele, bem como de vômito e diarreia. Dependendo da gravidade, pode levar à falta de ar e sufocar o animal. Mas é importante não confundir com a intolerância a certas comidas. Esta é uma reação repentina e rápida do corpo ao entrar em contato com algum alimento que não consegue digerir. 

Existem algumas versões dessa ração. Normalmente a causa da alergia é alguma proteína ao qual o pet não se adaptou. Então, cada tipo vai restringir uma proteína específica que prejudica o gato. A quantidade desse elemento pode ser nulo, como tão baixa a ponto de não desenvolver qualquer problema.

Além de agir diretamente no alergênico, não contém corantes e qualquer elemento em sua composição que possa desencadear outras reações

Qual ração utilizar?

A dieta de eliminação, como é chamado o processo de descoberta do ingrediente alergênico, pode ser feita de três maneiras diferentes. Em casa mesmo, com restrição de certas comidas, por meio de rações comerciais mais restritas ou as que contêm proteínas hidrolisadas (quebradas pelas moléculas de água e mais fáceis de serem digeridas). Essa última costuma ter em sua composição soja, galinha, caseína e fígado. E nem sempre é agradável ao paladar do pet e leva um tempo até aceitá-la.

Na hora de escolher o novo tipo de comida para o gato, o objetivo é substituir a proteína por outra de mesma fonte, mas que não faz mal ao pet. Por exemplo, se o peixe prejudicá-lo, é só pegar uma que tenha a proteína da carne, porém seja de outro animal.

Ração caseira

Se for difícil encontrar ração hipoalergênica para comprar, pode-ser preparar uma comida caseira. Para isso, é importante introduzir uma fonte de carboidrato e uma de proteína. Mas lembre-se de consultar o veterinário antes de qualquer mudança na dieta do animal. Afinal, é a saúde dele que está em jogo.



Fonte: iG

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Cirurgia a laser para Glaucoma

Nessa semana estamos falando sobre a "Cirurgia a laser para Glaucoma", um tratamento eficaz, menos invasivo e com menores complicações pós-operatório. O veterinário Luiz Fernando Lucas Ferreira é especialista nesta área e realizou recentemente uma cirurgia desse tipo em nossa clínica. Confira um trecho!


terça-feira, 19 de setembro de 2017

Tratamento cirúrgico do glaucoma por ciclofotocoagulação a laser em cães

Surgical treatment of glaucoma by laser cyclophotocoagulation in dogs

Lilian Santos Lage1, Luiz Fernando Lucas Ferreira2

1 Graduanda do Curso de Medicina Veterinária da PUC Minas Betim
2 Professor do Departamento de Medicina Veterinária da PUC Minas, Rua do Rosário 1.081, Bairro Angola, CEP 32.630-000, Betim, Minas Gerais, Brasil, lfv@hotmail.com

RESUMO: O glaucoma é uma das oftalmopatias mais importantes da atualidade, sendo uma das doenças oculares mais estudadas no mundo. Porém, apesar de tantos estudos, até hoje não há um consenso entre os médicos veterinários sobre qual o melhor tratamento para esta afecção. Com os avanços da tecnologia, como o surgimento do laser oftalmológico, novas técnicas para o tratamento cirúrgico do glaucoma foram criadas, sendo cada vez mais eficazes, menos invasivas e com menos complicações pós-operatórias. Um exemplo de uma dessas técnicas relativamente novas é a ciclofotocoagulação a laser, que tem demonstrado ser uma das mais eficazes para o controle da PIO. Porém, essa técnica ainda foi pouco estudada. No presente trabalho foi realizado um experimento em oito cães diagnosticados com glaucoma, totalizando onze olhos, com o objetivo de avaliar a eficácia da ciclofotocoagulação a laser no tratamento do glaucoma. Houve diminuição da PIO em 100% dos cães operados e a técnica mostrou-se eficaz, mantendo a PIO entre os valores de normalidade em 55% dos casos.
Palavras-chave: Cão. Glaucoma. Ciclofotocoagulação. Tratamento.

ABSTRACT: Glaucoma is one of the important eye diseases today, one of the most studied eye diseases in the world. However, despite many studies, to date there is no consensus among veterinarians about the best treatment for this medical condition. With advances in technology, such as the emergence of ophthalmic laser, new techniques for the surgical treatment of glaucoma were developed, which are increasingly more effective, less invasive, and causing less postoperative complications. An example is the relatively new cyclophotocoagulation laser, which has proven to be one of the most effective techniques for IOP control. However, there have been few studies on this technique. An experiment using eight glaucomatous dogs - total of eleven eyes – was carried out to evaluate the effectiveness of laser cyclophotocoagulation as a treatment for glaucoma. This experiment shows a decreased in IOP in 100% of the operated dogs, and the technique has been proven effective, maintaining normal IOP levels  in 55% of the cases.

Keywords: Dog. Glaucoma. Cyclophotocoagulation. Treatment.

INTRODUÇÃO

A oftalmologia veterinária é uma especialidade que se encontra em constante expansão, em razão do aumento do diagnóstico das oftalmopatias em cães, que, devido aos avanços da medicina veterinária, tiveram sua expectativa de vida aumentada. Com isso, é de grande importância para os médicos veterinários o conhecimento das doenças oculares que são mais frequentemente encontradas na clínica de pequenos animais. Entre essas se destaca o glaucoma, que é uma síndrome que acomete animais de diferentes espécies e em diferentes momentos de sua vida, tendo causas variáveis. É uma emergência oftalmológica sendo considerada uma das maiores causas de perda de visão em cães, tendo a ocorrência de aproximadamente 0,8% na população canina.

A definição de glaucoma tem evoluído nas últimas décadas. Assim como as formas de tratá-lo, que ainda é um assunto que gera discussão entre os médicos veterinários.

Como os primeiros sinais do glaucoma passam despercebidos pelos proprietários, ao ser diagnosticado, geralmente já se encontra avançado, dificultando o sucesso do tratamento, pois na maioria das vezes os indicativos da doença só são notados quando a pressão intraocular (PIO) já se encontra muito elevada.

Atualmente existem várias formas de tratamento do glaucoma, medicamentoso e/ou cirúrgico. Porém, não há um consenso entre os profissionais sobre a melhor forma de tratá-lo. Primariamente a terapia de escolha é a medicamentosa, através de fármacos mióticos, inibidores de anidrase carbônica, agentes colinérgicos, análogos da prostaglandina ou hiperosmóticos. Mas, sabe-se que, em alguns casos, o glaucoma torna-se refratário à terapia medicamentosa ao longo do tratamento, e a intervenção cirúrgica faz-se obrigatória para o alívio da dor e do desconforto ocular.

Neste experimento a técnica cirúrgica para o tratamento do glaucoma que será discutida é a ciclofotocoagulação a laser, utilizando laser diodo; por ser uma cirurgia pouco estudada e realizada aqui no Brasil, é mais fácil de ser executada, menos invasiva, menos traumática, causa menos danos teciduais e menos processos inflamatórios.

Este experimento teve como objetivo avaliar quali-quantitativamente a eficácia da ciclofotocoagulação a laser no controle da PIO para o tratamento do glaucoma canino.

METODOLOGIA

Foram utilizados oito cães, de raças variadas, sendo cinco machos e três fêmeas, portadores de glaucoma crônico uni ou bilateral. O grupo foi composto por cães atendidos pelo serviço de oftalmologia da Clínica Veterinária Professor Israel, situada na cidade de Belo Horizonte/MG.
Os cães do presente estudo foram previamente submetidos ao exame oftalmológico de rotina e quando houve a constatação do aumento da PIO, acima de 30mm/ Hg, ou seja, após o diagnóstico do glaucoma, foi oferecido aos proprietários o tratamento cirúrgico.

A tonometria realizada foi a de aplanação, utilizando-se o tonômetro, próprio para cães, da marca Tonopen®, modelo Avia.

Por ser este estudo um experimento, uma ficha de cadastro e consentimento do procedimento foi elaborada, anexo 1.  Os animais foram submetidos aos exames de rotina pré-operatórios: hemograma completo, bioquímica sanguínea completa e eletrocardiograma.

Para o procedimento cirúrgico, os cães receberam como medicação pré-anestésica (MPA)xilazina 2% (Dopaser – cloridrato de xilazina 2% - Hertape Calier, Brasil), na dose de 0,5mg/kg/IM associada à morfina (Dimorf – sulfato de morfina – Cristália, Brasil), na dose de 0,2mg/kg/IM, aplicadas na mesma seringa.

Como anestésico local, foi utilizado colírio de tetracaína, instilando uma gota a cada trinta segundos num total de três gotas, previamente ao início da cirurgia e da antissepsia local com solução tópica de povidine e solução fisiológica de NaCl 0,9% estéril (Solução de Cloreto de Sódio 0,9% - Laboratório Sanobiol Ltda., São Paulo –SP, Brasil).

Após a MPA foi providenciado acesso da veia cefálica direita com cateter 22G (Cateter Angiocath BD – 22G – São Paulo – SP, Brasil) e manutenção de fluidoterapia com solução de cloreto de sódio a 0,9%, em infusão calculada pela dose de 10ml/kg/h. A indução anestésica foi feita logo após a realização do acesso venoso com propofol (Propovan – propofol 1% - Cristália, Brasil) na dose de 2,0 a 4,0mg/kg/IV, observando-se perda de reflexos e permitindo a intubação orotraqueal.

A manutenção anestésica foi feita com isoflurano (Forane – isolflurano – Abbott, Brasil), diluído em oxigênio 100% pelo uso de vaporizador universal, em circuito de reinalação parcial de gases, utilizando-se para controle da profundidade os planos de Guedel.

O procedimento cirúrgico foi realizado com aparelho de laser cirúrgico, THERAVET, regulado para realizar pulso único de radiação de laser na potência de 9000mW (Figura 2). Os disparos de laser foram realizados em contato com a esclera a aproximadamente 3mm do limbo, evitando-se as posições de 3h e 9h para não correr o risco de acertar as artérias ciliares (Figura 3). Foram dados doze tiros em cada olho operado (Figura 4).

O pós-operatório constituiu-se de colírio antiglaucomatoso cloridrato de dorzolamida, duas vezes ao dia, e antibiótico clorofenicol, quatro vezes ao dia durante sete dias.

Houve recomendação da utilização de colar elisabetano para evitar possível lesão ocular causada pelo esfregar dos olhos.

Os pacientes fizeram retornos clínicos a cada sete dias para avaliação da PIO, num total de três retornos.

Os cães que obtiveram valor da PIO normalizada no primeiro retorno foram dispensados do uso dos colírios e assim permaneceram desde que os valores da PIO estiveram normais nos demais retornos.
Para análise estatística dos valores das PIO antes e após o procedimento cirúrgico utilizou-se o Teste de Wilcoxon para diferença entre pares ordenados.

Figura 2: Laser Thera Lase Surgery



Figura 2: Laser Thera Lase Surgery utilizado durante o experimento para realização da ciclofotocoagulação a laser em cães.

Fonte: Arquivo pessoal

Figura 3: Locais de aplicação do laser


Figura 3: Locais de aplicação do laser diodo para ciclofotocoagulação a laser, e locais a serem evitados por causa das artérias ciliares.
Fonte: LAUS, 2009.

Figura 4: Disparo de laser diodo em olho de cão


Figura 4: Disparo de laser diodo em olho de cão com glaucoma crônico
Fonte: Arquivo pessoal

RESULTADO E DISCUSSÃO

Durante o experimento oito cães passaram pelo processo cirúrgico de ciclofotocoagulação a laser, totalizando 11 olhos operados, para a verificação da eficácia deste procedimento, como demonstrado no quadro 1. Foram considerados bem sucedidos os olhos que tiveram redução da PIO abaixo de 30mmHg e acima de 15mmHg. Dos 11 olhos operados os 11 tiveram diminuição da PIO após a cirurgia na ordem de 57,15%, como demonstrado no quadro 2. Os animais que não tiveram a PIO diminuída abaixo de 30mmHg, no caso 3 olhos, o que corresponde a 27,27%, estão sendo tratados com colírios antiglaucomatosos. De acordo com o Teste de Wilcoxon houve diferença significativa (p<0,05) nas PIO antes e depois da cirurgia, tanto no olho esquerdo quanto no olho direito.

Nos estudos realizados por Hardmand e Stanley (2001) e Sapienza e van der Woerdt (2005) os cães utilizados foram diagnosticados com glaucoma primário. Neste experimento, devido à falta de equipamento necessário para diferenciação de glaucoma primário do glaucoma secundário, os cães selecionados foram somente diagnosticados com glaucoma levando em consideração a PIO acima de 30 mmHg, sem ser feita a diferenciação dos tipos de glaucoma. Devido a esse fato, pode haver diferenças estatísticas nos resultados obtidos neste experimento, quando comparando aos de Hardmand e Stanley (2001) e Sapienza e van der Woerdt (2005).

Quadro 1. Informação de sexo, raça e olho acometido dos cães utilizados no experimento.


Quadro 1. Informações coletadas sobre o sexo, raça e olho acometido dos cães utilizados no experimento, nas quais OE significa olho esquerdo e OD significa olho direito.

De acordo com Hardmand e Stanley (2001), a técnica de ciclofotocoagulação a laser, com laser diodo, é eficaz e os mesmos obtiveram sucesso em 92% dos casos. Já Sapienza e van der Woerdt (2005) realizaram um estudo associando a ciclofotocoagulação a laser com gonioimplante (Ahmed) e obtiveram sucesso em 76% dos casos. Ambos corroboram com esse experimento, o qual obteve sucesso em 55% dos casos, nos quais os cães ficaram com a PIO após a cirurgia abaixo de 30mmHg e acima de 15mmHg, em curto prazo. Somente 2 olhos não tiveram a PIO diminuída abaixo de 30mmHg, o que corresponde a 27,27% dos casos. Se fossemos considerar apenas a diminuição da PIO a eficácia da ciclofotocoagulação a laser seria de 100% nos casos desse experimento, já que em todos os olhos houve diminuição significativa da PIO após a cirurgia. A diferença destes dois trabalhos em comparação a este experimento foi a potência da energia utilizada. Hardmand e Stanley (2001) utilizaram o laser diodo com a potência de 1000 mW (milliwatts), enquanto Sapienza e van der Woerdt (2005) realizaram o estudo em dois grupos utilizando energias diferentes, em um dos grupos a energia era considerada alta, entre 1500 – 1700mW, no outro grupo a energia era considerada baixa, ficando entre 800 – 1500mW. Independente da energia, observou-se que o laser diodo é eficaz na redução da PIO, como já discutido anteriormente. A observação feita por Sapienza e van der Woerdt (2005) é que, quando o laser diodo é utilizado com uma energia mais baixa há menos complicações pós-operatórias, porém a durabilidade do procedimento é menor, sendo de até 6 meses. Enquanto em energias mais altas a cirurgia pode causar mais reações pós-operatórias, entretanto, a eficácia da cirurgia é observada por até 18 meses.

Quadro2. Aferição da PIO pré e pós-cirúrgica


Quadro 2. Aferição da PIO pré e pós-cirúrgica dos animais utilizados durante o experimento, na qual OE significa olho esquerdo e OD significa olho direito.*Estes olhos não passaram por procedimento cirúrgico.

Outra discrepância observada entre os estudos é a diferença na quantidade de disparos dados. Neste experimento foram dados 12 tiros em cada olho operado. Enquanto no estudo de Hardman e Stanley (2001) foram feitos 25 tiros, e no estudo de Sapienza e Van Der Woerdt (2005), o grupo de cães que foram operados com energia mais alta recebeu de 30 a 50 disparos, enquanto o grupo operado com energia mais baixa recebeu de 12 a 25 disparos. Nos dois trabalhos não houve discussão sobre a influência da quantidade de disparos sobre a eficácia do procedimento cirúrgico e/ou complicações pós-operatórias. Portanto, essa é uma questão que ainda merece ser estudada e discutida, já que há uma grande disparidade na quantidade de disparos que devem ser feitos durante o procedimento cirúrgico.

Esse estudo acompanhou os animais durante um mês, sendo considerado um período de tempo curto para avaliar a eficácia da ciclofotocoagulação a laser em longo prazo. Porém, de acordo com Hardman e Stanley (2001), em 85% dos casos a cirurgia foi eficaz, mantendo a PIO nos valores de normalidade, por mais de 6 meses, o que demonstra eficácia da mesma também em longo prazo. Em contrapartida, os procedimentos realizados com laser Nd:YAG obtiveram sucesso em 83% dos casos durante 3 a 6 meses.

Segundo Hardmand e Stanley (2001) tanto o laser Nd:YAG quanto o laser diodo produzem efetiva ciclodestruição em tecidos, porém no caso do laser diodo a ciclodestruição ocorre com menor necessidade de energia, levando a uma menor reação inflamatória dos tecidos e menores complicações pós-operatórias. As seguintes complicações pós-operatórias foram observadas tanto por Hardmand e Stanley (2001) quanto por Sapienza e Van Der Woerdt (2005): catarata, ceratoconjuntivite seca, hifema, úlcera de córnea, phthisisbulbi. No OE do cão C3 observou-se um aumento da PIO no segundo retorno, com abrupta redução da mesma no terceiro retorno. Pode-se especular que ocorreu exacerbada formação de células inflamatórias, que obstruíram a saída do humor aquoso causando o aumento da PIO, e por seguinte houve a desobstrução da saída do aquoso levando à queda da PIO. Ademais, durante o acompanhamento dos cães para este estudo não foram observadas quaisquer complicações pós-cirúrgicas, mas, como já mencionado antes, os cães foram acompanhados por um curto período de tempo (30 dias), não podendo ser observadas complicações que aparecem ao longo do tempo.

CONCLUSÃO

O glaucoma é uma das oftalmopatias mais importantes da atualidade, sendo uma das doenças mais estudadas no mundo. Com os avanços da tecnologia, como o surgimento do laser oftalmológico, novas técnicas para o tratamento cirúrgico do glaucoma foram criadas, sendo cada vez mais eficazes, menos invasivas e com menos complicações pós-operatórias. Um exemplo de uma técnica relativamente nova é a realizada neste experimento, a ciclofotocoagulação a laser, que tem demonstrado ser uma das técnicas mais eficazes para o controle da PIO.

Dentro das condições em que foi realizado o presente experimento, conclui-se que a utilização do laser diodo infravermelho em pulso único na potência de 9000mW é eficaz para o controle da PIO em cães. Porém, por ser um estudo recente e com técnica cirúrgica pouco difundida na literatura, não havendo um padrão de quantidades de tiros disparados e níveis de energia ideal. novos estudos devem ser realizados. Assim como estudos que avaliem se esta técnica pode ser considerada um tratamento definitivo para o glaucoma.

REFERÊNCIAS

ABRAMS, K.L. Medical and surgical management of the glaucoma patient. Clinical Techniques in Small Animal Practice, vol. 16, nº1, February, 2001: pp. 71-76

BARTELS, K. E. Lasers in veterinary medicine – where have we been, and where are we going? The Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 32, n.3, p. 495-515, May, 2002.

BERNARDES, Joana Roque. Tratamento do glaucoma canino. 2008. 75f. (Mestre em Medicina Veterinária) – Universidade Técnica de Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa.

FARIAS, Luana Caroline Souza. Clínica cirúrgica de pequenos animais: Síndrome glaucomatosa em cães – revisão de literatura. 2012. 40f. Monografia (conclusão de curso) – Centro Universitário Luterano de Ji – Paraná – CEULJI/ULBRA.

GILMOUR, M. A. Laser applications for corneal disease.Clinical Techniques in Small Animal Practice, vol. 18, nº3, August, 2003: pp 199-202.

GILMOUR, M.A. Lasers in ophthalmology. The Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice,v. 32, n.3, p. 649-672, May, 2002.

HARDMAN, C; STANLEY, R.G. Diode laser transscleral cyclophotocoagulation for treatment of primary glaucoma in 18 dogs: a retrospective study.VeterinaryOphthalmology, v. 4, n. 3, p. 209-215, 2001.

KASECKER, Giuliana Gelbcke. Tratamento cirúrgico filtrante do glaucoma associado ao uso tópico de ácido salicílico no cão. 2004. 62f. (Mestre em Ciências Veterinárias) – Universidade Federal do Paraná, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Setor de Ciências Agrárias, Curitiba – PR.

KRONBERGER, C. The veterinary technician’s role in laser surgery. The Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 32  p. 723-735, 2002.

LAUS, José Luiz. Oftalmologia clínica e cirúrgica em cães e em gatos. São Paulo: Roca, 2009.

MARTINS, et al. Síndrome glaucomatosa em cães – parte 1. Ciência Rural, Santa Maria, v. 36, n. 6, p. 1952-1958, nov-dez, 2006.

ORIÁ,et al. Glaucoma secundário em cães e gatos. Medicina Veterinária, Recife, v. 7, .3, p. 13-22, 2013.

RIBEIRO, et al. Síndrome glaucomatosa em cães – parte 2. Ciência Rural, Santa Maria, v. 37, n. 6, p. 1828-1835, nov-dez, 2007.

SAPIENZA, J.S; VAN DER WOERDT, A. Combined transscleral diode laser cyclophotocoagulation and Ahmed gonioimplantation in dogs with primary glaucoma: 51 cases (1996-2004).Veterinary Ophthalmology, v. 8, n. 2, p. 121-127, 2005.
STADES, Frans C. et al. Fundamentos de Oftalmologia Veterinária. São Paulo: Manole, 1999.


WALDE, Ingo; et al. Atlas de Clínica Oftalmológica do cão e do gato. São Paulo: Manole, 1998.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Seu cão está com tosse? Pode ser um sintoma ou uma doença

Por mais que muitos tutores pensem que a tosse indica que o cão está doente, isso pode ser uma má impressão. Esse problema de saúde em cães pode significar desde uma doença até algo preso no esôfago e é bom estar atento.


Apesar de a tosse parecer um problema comum e inofensivo pode ser um sintoma de doenças caninas e a maioria delas exige tratamento rápido. É importante levar o cão ao veterinário caso ele esteja com uma tosse frequente, uma vez que suas vias aéreas podem estar obstruídas por algum objeto ou comida, podendo até machucar sua traqueia ou esôfago. Talvez seja algo mais passageiro, que bebendo muita água saia, mas pode machucar o pet, que não tem como te avisar claramente que está com dor.

Identificar como é a tosse e se de fato é esse o problema é fundamental. Sons como engasgos ou chiados podem ser confundidos com tosse e o tutor pode interpretar o sintoma de forma errada.

Se for uma tosse alta e aguda, geralmente pode representar alguma doença na traqueia e nos brônquios. Quando o animal puxa a coleira, por exemplo, ele emite esse tipo de som, que é facilmente identificável. A tosse curta pode ser sinal de fluídos nos pulmões (edema), já a mais úmida pode apontar uma infecção pulmonar ou insuficiência cardíaca congestiva.

Saber qual o estado do cão é essencial para passar as informações corretas ao veterinário. 

Tosse de canis

Essa é uma doença infecciosa semelhante à gripe humana, causada pela bactéria Bordelha Bronchiseptica e dois vírus, o Parainfluienza e o Adenovírus. Esses agentes podem agir por conta própria ou em conjunto e atacam principalmente animais com menor resistência, como filhotes e cães anêmicos ou com verminoses.

Sintomas como falta de apetite, secreção nos olhos, febre, além de outros da gripe humana, podem indicar essa enfermidade. O animal doente normalmente tem uma tosse mais seca e às vezes libera uma espuma branca na tosse junto ao vômito. 

É bom lembrar que a tosse do cão de origem bacteriana é uma zoonose, ou seja, existe contágio cão-humano. Embora esse tipo de transmissão seja mais rara, se seu cão estiver com algum sintoma dessa doença, leve-o imediatamente ao veterinário, para evitar a contaminação tanto em humanos quanto em outros cães. 

O tratamento costuma ser à base de antibióticos, anti-inflamatórios e repouso. Além disso, o animal deve ficar afastado de outros bichinhos e ter suas roupinhas e utensílios lavados regularmente, pra evitar o contágio. 

Sintoma de doença cardíaca 

A tosse é também sintoma da Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC), um problema grave que nem todo mundo imagina que possa gerar esse incômodo no cão.

A ICC é basicamente uma falha no fluxo de sangue, que normalmente seria do átrio para o ventrículo, mas com a insuficiência ele volta do ventrículo para o átrio, causando uma espécie de “sopro”. Problemas genéticos ou até bactérias podem ser a causa essa doença cardíaca.

Se o cão estiver com uma tosse seca e engasgada isso pode sinalizar problemas cardíacos. Normalmente esse sintoma vem acompanhado de cansaço fácil, cianose (língua roxa) e falta de ar, devido à falta de oxigênio que essa deficiência do fluxo sanguíneo causa.

O tratamento deve ser realizado com antecedência, porque geralmente é uma enfermidade que acomete cães mais velhos e frágeis. O diagnóstico da doença é indicado por exames como radiografias e ecocardiogramas.

Antidiuréticos e anti-hipertensivos são aplicados no tratamento do ICC, junto de uma dieta balanceada. A recomendação é que o cachorro fique em repouso e se exalte o menos possível, para a recuperação ser mais rápida. A ICC não tem cura, mas se o cachorro for tratado adequadamente, ele ganha ganha anos de vida saudável.

Se seu cão está com uma tosse dessas é bom procurar um veterinário, para evitar que o problema se agrave e que o tratamento atrasado prejudique ainda mais a saúde do pet.


Fonte: iG

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Agility é a atividade física para cães que está fazendo muito sucesso


A grande maioria dos cães hoje em dia moram em apartamento, sem muito espaço para se exercitar. Quando esse fator se une a uma alimentação não adequada e pequenos passeios diários, que não passam de 15 minutos, o resultado é um animal com problemas de obesidade e, consequentemente, de saúde. O agility, um esporte feito especificamente para cachorros vai de encontro a toda essa rotina. 

O agility para cães garante os exercícios físicos que os animais necessitam

Feito em áreas abertas, o agility foi inspirado nos circuitos de hipismo, onde os cavalos devem passar por obstáculos o mais rápido possível e com o menor número de obstáculos derrubados, e é uma garantia de atividade física para os cachorros. Praticado em duplas, cão e dono, esse esporte promete trazer muitos benefícios não só para a saúde do animal, mas também para a convivência dentro de casa. 

Como funciona o agility 

O agility para cães geralmente acontece em um espaço aberto, onde está montado um circuito com obstáculos e equipamentos. Dentre eles estão gangorras, rampas, muros, túneis, pneus, entre outros. O objetivo é terminar o percurso o mais rápido possível, sem haver desvios ou queda de obstáculos, envolvendo muita habilidade e agilidade. 

Existem competições oficiais do esporte. As divisões de categorias são feitas de acordo com o tamanho do cão. O Brasil participa do Campeonato Mundial de Agility desde 1999, conquistando sempre bons resultados. 

Benefícios para o cachorro e para o dono

Os benefícios do agility são variados. Para o cão ele proporciona atividade ao ar livre, contato com a natureza, gasto de energia necessário, socialização com outras pessoas e animais . Para o dono, atividade física, já que ele corre ao lado do cão no percurso e diversão ao lado do bichinho de estimação. 

Além disso, toda essa interação proporciona um aumento na disciplina e obediência do cachorro em relação ao dono. A atividade ensina para o animal que a presença do dono é algo divertido e o aprendizado que ela traz será levado também para dentro de casa. Dessa forma problemas como xixi no lugar errado e agressividade ficarão no passado. 

Todo cachorro pode praticar agility? 

O agility para cães pode ser praticado por animais de todos os tamanhos, raças ou sem raça que estejam com as condições de saúde adequadas. Mas algumas raças acabam se destacando mais, é o caso da Border Collie que, além do grande número de participantes, possui grandes campeões nas competições. 



Fonte: iG

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Saiba quais são os cuidados necessários com os olhos do seu pet


Se na estrada seu cachorro é daqueles que adora viajar com o nariz fora do carro, atenção! Os olhos do seu mascote precisam de cuidados redobrados no verão. Ar condicionado, secador de cabelo e até a areia da praia podem comprometer a saúde ocular de seu cão. Abaixo algumas lembranças dos cuidados necessários com seu mascote.

Higiene

Para quem ainda não baixou o pelo de seu pet, uma “repicada” na área dos olhos pode favorecer não apenas a visão mas a limpeza do local. Algumas raças têm por padrão pelos cumpridos, mas deixar o topete de seu cão preso acima da cabeça é um recurso que não descaracteriza a raça e permite ventilação. Se você não liga muito para estética, cortar os pelos em volta dos olhos é outra forma de deixar a região mais limpa, lembrando que muito pelo caindo sobre eles pode favorecer esbarrões.

Janelas abertas

Você pode não se dar conta, mas o animal que gosta de viajar com a cabeça para fora do carro é o mesmo que esfrega os olhos depois. A sensação pode ser prazerosa, mas exposição a ventos pode ressecar a córnea e provocar uma lesão. A irritação na área faz com que o animal esfregue a cara no chão e use as patas para coçar, o que compromete planos mais profundos da pele e do globo ocular do seu mascote.

Secador de cabelo 

O ressecamento da córnea pelo uso direto e contínuo do secador pode acontecer, mas é menos comum em banhos caseiros por serem mais práticos e rápidos. As pet shops dispõem de secadores mais potentes, e daí mais perigosos, mas os profissionais costumam estar atentos a essa particularidade, evitando colocar diretamente o vento em direção à cabeça do animal. Porém, dependendo da sensibilidade, idade e saúde de seus olhos, poucos minutos podem ser suficientes para prejudicar a lubrificação ocular.

Ar condicionado

Ambientes climatizados podem aumentar a evaporação da lágrima e causar o que chamamos de “olho seco”.

Areia

Para quem leva seu mascote ao litoral, a areia é outro fator que precisa ser monitorado. Seu pet nem precisa ir à beira do mar para ter contato com ela, as patas já fazem esse serviço. Em caso de irritabilidade, uma boa lavagem com solução fisiológica pode resolver o problema.

Olhos claros e pele branca

Animais com olhos claros e pelagem branca costumam ter mais sensibilidade ao sol e à claridade se comparado aos animais com olhos e pele escuros, o que justifica protegê-los da incidência direta dos raios solares nos horários de sol mais intenso.

Uma boa dica para cães no litoral é manter suas patas asseadas e com pouco pelo. Dessa forma, uma mangueira, uma ducha ou até uma bacia podem remover sujeiras nas patas, detritos que acabam por irritar a conjuntiva quando levadas até a região orbital, promovendo ainda mais coceira, esta também presente em caso de ressecamento do olho.

Na dúvida, lavar a região com solução fisiológica pode não apenas amenizar o desconforto, como também remover o corpo estranho que irrita a mucosa. Ramela é outro sinal que pecisa ser investigado. Se persistirem os sintomas, um veterinário deverá avaliar a necessidade do uso de colírios e pomadas oftálmicas.