sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Alimentação para cães e gatos: entenda os riscos de mudar a dieta dos pets


A reeducação alimentar tem feito bem a muita gente. Restaurantes têm se especializado, e as pessoas que optaram pela alimentação estritamente vegetariana já têm opções para almoço e jantar bastante variada. Mas o que é bom para o consumo humano nem sempre é para cães e gatos.

Estender para os pets um modo de vida humano, no quesito alimentação, é uma regra que não funciona bem.

É importante compreender que o cérebro humano pediu (e o intestino se adaptou) a uma alimentação diferenciada. Porém, o cálcio e a proteína, dentre outros elementos, devem vir de algum lugar e em quantidades adequadas para atender às necessidades diárias do indivíduo. Para isso, vários endocrinologistas e nutricionistas estão aí para prescrever uma dieta saudável e rica em nutrientes para quem não come nada de origem animal como carne, ovos ou leite.

Mas cães e gatos, em sua essência, são carnívoros, e o nome por si só já explica muita coisa. Sua fonte de energia, proteína e gordura até pouco tempo atrás vinha da caça, ou seja, de uma presa inteira às vezes devorada até mesmo em decomposição. Milênios atrás, os canídeos que viviam com os homens das cavernas se alimentavam do resto das caças e, mais tarde, com o homem sedentário, começaram também a receber restos de frutas e vegetais, o que explica o cão ter se tornado omnívoro, ou seja, seu sistema digestivo tem enzimas que conseguem digerir outros alimentos que não apenas a carne, diferentemente dos gatos que continuam essencialmente carnívoros, mas nenhum deles está adaptado para digerir amido, por exemplo.

Isso não quer dizer que seu cão não deve comer frutas e vegetais. Para quem é refratário ao uso exclusivo de ração, uma refeição contendo cenoura, alface e brócolis pode, além de facilitar a digestão, ser fonte de de muitos sais minerais. Mas não pense que seu cão vai dormir satisfeito se receber com frequência esse tipo de preparo.

Uma dieta inadequada às necessidades e imprópria ao sistema digestivo dos cães e gatos não sacia a fome, e isso faz com que os animais precisem de maior quantidade de alimento, o que consequentemente aumenta a produção fecal, distúrbios digestivos e obesidade, podendo favorecer também outras patologias por deficiência de aminoácidos e vitaminas.

Sim, existem cães alérgicos ou com intolerância alimentar cujo tratamento consiste justamente em trocar a fonte proteica animal por outra de origem vegetal. Mas tudo é feito de forma balanceada e devidamente supervisionada por um médico veterinário, profissional que tem critérios para analisar o desenvolvimento do animal que precisa adotar essa dieta.


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