Francisco é um enorme golden retriever de 9 meses e 40 quilos.
Acostumado à vida boa ao lado do publicitário Daniel Rezende Campos, de
49 anos, por pouco não foi parar em mãos desconhecidas. Não fosse a
percepção do dono, a essa altura o filhote poderia estar em cativeiro. A
tentativa de sequestro do cão aconteceu durante um passeio, na avenida
Prudente de Morais, próximo à Barragem Santa Lúcia, na zona Sul de Belo
Horizonte.
“Percebi um movimento suspeito e apertei o passo. Lembro bem do cara
gritando que queria o cachorro, para eu soltá-lo. Como corri entre os
carros, ele acabou recuando e foi embora”, conta o publicitário. Durante
a “fuga”, Daniel tropeçou no animal, caiu, quebrou o pé e teve várias
escoriações pelo corpo.
Para ele, o objetivo do rapaz era pedir resgate ao dono. “Tenho tido
muita notícia de pessoas que ficam na barragem observando o movimento de
quem passeia com os cães. Como ficam olhando tudo, acabam sabendo o
nome do animal, o caminho que a pessoa faz e até onde mora. Assim fica
mais fácil ligar depois e exigir dinheiro”, comentou. Um golden retriever com pedigree, como Francisco, pode custar de R$ 1.500 a R$ 4 mil.
MAIS ATENÇÃO
Por histórias como essa e por já ter passado por situação parecida, a
advogada Juliana Dayrell, de 34 anos, redobrou a atenção quando sai de
casa com Tinoco, um yorkshire de 8 anos que já foi sequestrado. O
cachorro foi levado por dois rapazes, no fim do ano passado, enquanto o
animal passeava com um amigo dela. “Eles deram uma gravata no menino e
levaram meu filho. Na época, ele não usava coleira com identificação,
acho que, por isso, acabaram soltando ele no dia seguinte”, lembrou.
Mas Tinoco ficou “desaparecido” por quase uma semana. Ele foi
encontrado por uma senhora que o entregou à dona ao ler um dos 350
cartazes de ‘procura-se’ espalhados pelas redondezas do bairro Santo
Antônio, onde ele foi roubado. “Eu só chorava. Fiquei até morena de
tanto andar na rua colando cartaz nos postes. Só queria meu filho de
volta”, afirmou.
NO SION
Na Praça JK, no bairro Sion, na região Sul, o medo de ter o cachorro
levado por um estranho também virou rotina. A bióloga e adestradora
Cláudia Márcia Bandeira passeia por lá diariamente com Maia, de 5 anos, e
Diana, de 8. Apesar de as cadelas serem vira-latas, ela disse que faz
questão de ficar sempre por perto. “O negócio é ficar de olho no
cachorro. Tem gente que vem fazer caminhada e deixa o animal à vontade. É
dar sorte para o azar”, disse.
A administradora Rebeca Falconi também tem uma rotina parecida com a border collie Luna, de 3 anos. Mesmo não tendo ouvido falar nos sequestros e roubos relâmpagos na praça, ela mantém a vigilância. “É bom saber para a gente ficar mais atenta. E se acontecer comigo, pago o que for para tê-la de volta”, disse.
FONTE: Hoje em dia
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