A expectativa de vida da população mundial tem aumentado. Dentre os fatores responsáveis podemos citar o avanço da medicina, a adoção de medidas preventivas de saúde e a maior importância dada à nutrição e a alimentação.
Este maior cuidado com o que se come também é válido para os animais de companhia, já que o forte vínculo emocional faz com que as pessoas tratem cães e gatos como membros da família, procurando fornecer-lhes a melhor assistência. Proporcionar uma nutrição adequada durante toda a vida ajuda a retardar os naturais processos de envelhecimento.
Assim, para nutrir com o objetivo de alcançar a longevidade, é importante oferecer as calorias (energia), proteínas, lipídeos, carboidratos (incluindo as fibras), vitaminas e minerais de maneira adequada.
Calorias (Energia): Com relação à ingestão calórica, são inegáveis os benefícios provenientes do controle da condição física durante toda a vida a partir da obtenção e manutenção da condição corporal adequada. A restrição calórica é uma intervenção nutricional que tem se mostrado eficaz para a longevidade, já que um leve grau de acúmulo de gordura corporal já é suficiente para aumentar o risco de doenças e de mortalidade precoce.
Proteínas: Proteínas de alto valor biológico (aquelas “bem” aproveitadas pelo organismo) devem ser oferecidas para a manutenção da massa muscular, o bom funcionamento do sistema imunológico e das demais funções orgânicas.
Carboidratos: o processo de envelhecimento resulta em um progressivo declínio na capacidade de cães e gatos em regularem a concentração de glicose no sangue. Por isso, com o avançar da idade eles precisam, após a alimentação, de um maior período para o retorno aos seus níveis de antes da alimentação devido a menor resposta da insulina nos tecidos. Como estratégia nutricional, podem ser utilizados os carboidratos com menor índice glicêmico (aqueles que demoram mais tempo para alcançarem a corrente sanguínea) e as fibras.
Por conferir viscosidade ao bolo alimentar, as fibras solúveis podem fazer com que o esvaziamento gástrico (a velocidade com que a comida deixa o estômago) seja mais lento, aumentando a saciedade e diminuindo a ingestão de alimentos. Elas também diminuem a resposta glicêmica (os picos sanguíneos de glicose após a alimentação). Dessa forma, eles podem ser aliados no controle da obesidade e do diabetes.
No intestino grosso, elas são fermentadas pelas bactérias benéficas (como lactobacilos e bifidobactérias) que produzem os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), acético, propiônico e butírico. Eles têm funções importantes na manutenção da saúde intestinal e geral dos animais. Frutoligossacarídeo e mananoligossacarídeo (presente na parede celular da levedura Saccharomyces cerevisiae) são exemplos destas fibras.
Fibras insolúveis, por sua vez, auxiliam a evitar possíveis constipações (prisão de ventre) aumentando a velocidade com que o bolo alimentar passa pelo trato gastrintestinal.
Ácidos graxos polinsaturados (lipídeos): os ácidos graxos polinsaturados da série ômega 3 podem ter efeitos benéficos sobre os rins em animais acometidos por insuficiência renal, por exemplo.
Vitaminas e minerais: Diversas vitaminas e minerais exercem efeitos significativos sobre a longevidade, em grande parte, por possuírem propriedades antioxidantes. Carotenóides (beta-caroteno, luteína), vitamina E e C, por exemplo, são conhecidos por exercerem esta função, reduzindo o dano oxidativo ao DNA, melhorando a resposta imunológica, protegendo os animais contra doenças degenerativas e retardando as alterações fisiológicas do processo de envelhecimento.
No entanto, outros como o fósforo, podem ter efeitos maléficos quando utilizados em excesso por longos períodos predispondo a ocorrência e agravando algumas doenças, como a insuficiência renal.
Por tudo o que conversamos, dá para dizer que aquele velho ditado “é sempre melhor prevenir do que remediar” é certeiro, não é mesmo? Para “envelhecer bem”, isto é, manter a qualidade de vida em meio a todas as alterações fisiológicas ocorridas durante a senilidade é preciso adotar práticas e hábitos saudáveis desde cedo. A nutrição é uma aliada fundamental neste processo. Isto vale para nós e para os nossos amigos peludos.
Fonte: Saúde Animal
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